TDAH e o Autismo O Cérebro em Números: O que as Alterações na Espessura Cortical nos Contam

TDAH e o Autismo O Cérebro em Números: O que as Alterações na Espessura Cortical nos Contam

Descubra como a espessura do córtex cerebral pode revelar informações importantes sobre o TDAH e o autismo. Explore um estudo inovador que utilizou técnicas de neuroimagem para comparar as alterações cerebrais nessas duas condições e aprenda sobre as implicações dessas descobertas para o diagnóstico e tratamento.

Desvendando o TDAH e o Autismo: O Que o Cérebro Pode Nos Revelar?

O TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) e o autismo são transtornos neurodesenvolvimentais que afetam milhões de pessoas em todo o mundo. Embora apresentem algumas diferenças em suas manifestações, eles compartilham algumas características em comum, incluindo a dificuldade na atenção e na interação social.

Para entender melhor as bases neurobiológicas desses transtornos, os cientistas têm recorrido a técnicas avançadas de neuroimagem, como a ressonância magnética (MRI), que permite analisar a estrutura e o funcionamento do cérebro. Um estudo recente publicado na revista “BMC Medicine” explorou a espessura cortical, que é a medida da espessura da camada externa do cérebro, para identificar padrões comuns e distintos entre pessoas com TDAH e autismo.

O Estudo: Comparando a Espessura Cortical no TDAH e no Autismo

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O estudo analisou dados de 12 estudos sobre autismo e 10 estudos sobre TDAH, comparando a espessura cortical de crianças e adolescentes com esses transtornos com a de crianças e adolescentes sem o diagnóstico.

Os resultados mostraram que:

  • Ambos os grupos apresentaram alterações na espessura cortical em uma região específica do cérebro chamada junção têmporo-parietal (TPJ), que está envolvida em diversas funções, incluindo a atenção e a interação social.

  • Pessoas com autismo apresentaram maior espessura cortical em algumas áreas específicas, como o giro frontal superior, o giro temporal médio esquerdo e o lobo parietal superior direito.

  • Pessoas com TDAH apresentaram menor espessura cortical em outras áreas específicas, como o giro pré-central, o giro pós-central e o TPJ direito.

  • Pessoas com autismo apresentaram menor espessura em uma região específica do TPJ ligada à atenção, e pessoas com TDAH, em outra região ligada à regulação motora.

  • A espessura cortical se altera com o tempo, com crianças e adolescentes apresentando uma espessura cortical diferente de adultos.

O Que Elas Nos Contam?

Esses achados nos revelam que o TDAH e o autismo, embora sejam transtornos distintos, compartilham algumas alterações cerebrais, ao mesmo tempo que apresentam outras características que os diferenciam.

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  • A espessura do córtex pré-frontal é ligada à capacidade de atenção e controle da impulsividade. A redução da espessura nessas regiões em pessoas com TDAH pode estar relacionada com a dificuldade em manter o foco e o controle sobre seus impulsos.

  • A espessura da região têmporo-parietal é ligada à integração das informações sensoriais. Alterações nesta região do cérebro podem contribuir para as dificuldades de comunicação, interação social e para a percepção dos estímulos sensoriais, que são características tanto do TDAH quanto do autismo.

  • A sobreposição das alterações na junção têmporo-parietal demonstra que há uma base neurológica comum entre os dois transtornos, que se manifestam através de diferentes caminhos neurais.

A Importância da Neuroimagem: Uma Ferramenta para o Diagnóstico e Tratamento

O estudo reforça a importância da neuroimagem como ferramenta para entender melhor o TDAH e o autismo, e para auxiliar no desenvolvimento de abordagens de diagnóstico e tratamento mais eficazes.

A neuroimagem pode nos ajudar a:

  • Identificar biomarcadores: A partir das alterações cerebrais encontradas, os cientistas buscam identificar biomarcadores que possam auxiliar no diagnóstico do TDAH e do autismo, e distinguir os diferentes subtipos desses transtornos.

  • Personalizar o tratamento: Ao identificar quais regiões cerebrais são mais afetadas em cada paciente, é possível desenvolver tratamentos mais direcionados e eficazes.

  • Monitorar a resposta ao tratamento: A neuroimagem pode ser utilizada para acompanhar as mudanças no cérebro em resposta ao tratamento, ajudando a avaliar a eficácia das diferentes abordagens terapêuticas.

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O Caminho para uma Vida Mais Plena: Abordagens Multidisciplinares

É importante ressaltar que o TDAH e o autismo são transtornos complexos e multifacetados, que exigem abordagens terapêuticas individualizadas e multidisciplinares, que incluam:

  • Terapia: A psicoterapia pode ajudar a pessoa a desenvolver estratégias de enfrentamento para lidar com as dificuldades emocionais, sociais e comportamentais.

  • Medicação: Os medicamentos podem ser utilizados para controlar os sintomas do TDAH, como a falta de atenção, a impulsividade e a hiperatividade.

  • Intervenções sociais: O desenvolvimento de habilidades sociais pode ajudar a pessoa a se integrar melhor em ambientes sociais.

  • Atividades físicas: O exercício físico regular pode contribuir para o bem-estar emocional, a regulação do sono e a melhora da concentração e do foco.

  • Orientação e apoio familiar: O apoio e a compreensão da família são essenciais para o sucesso do tratamento e para a construção de uma vida mais plena e feliz.

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Leia também: O Lado ‘Lunático, Amante e Poeta’ do TDAH: Explorando a Criatividade, o Idealismo e a Inquietação” 

Conclusão: Uma Jornada de Autoconhecimento e Aceitação

Este artigo nos ajuda a compreender melhor as bases neurobiológicas do TDAH e do autismo, revelando que esses transtornos podem causar alterações na estrutura e no funcionamento do cérebro. No entanto, é fundamental que lembremos que o TDAH e o autismo são transtornos complexos, que se manifestam de forma única em cada pessoa, e que não existe uma solução única para todos.

A busca pelo autoconhecimento, a aceitação e o apoio profissional são o caminho para uma vida mais plena, significativa e feliz para todas as pessoas que convivem com esses transtornos.

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