Ler e Criar Histórias “Liga” o Cérebro? E no TDAH, Como Fica?

Ler e Criar Histórias “Liga” o Cérebro? E no TDAH, Como Fica?

Como atividades literárias (ler, escrever, criar) ativam o cérebro? Estudo mostra áreas ativadas e uma ligação curiosa com sintomas de TDAH.

A gente sabe que ler, escrever e mergulhar em histórias pode ser uma experiência poderosa. Mas você já parou para pensar no que acontece no nosso cérebro quando fazemos isso? E será que para quem tem TDAH, com seus desafios de atenção e funções executivas, o cérebro reage da mesma forma a essas atividades “humanísticas”?

Um estudo recente (Jeong, Hong & Han, 2025) usou uma tecnologia chamada fNIRS (que mede o fluxo de sangue no cérebro, indicando atividade) para espiar o córtex pré-frontal – aquela área super importante para planejamento, foco, controle emocional e tomada de decisões, que frequentemente funciona de um jeito diferente no TDAH.

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O Experimento: Um “Clube do Livro” Científico

Quatro pessoas sentadas em um sofá, sorrindo e lendo livros em um ambiente acolhedor com planta ao fundo.

Pesquisadores convidaram 24 jovens adultos saudáveis (homens, entre 20 e 29 anos) para um laboratório. Lá, eles realizaram seis tipos diferentes de tarefas relacionadas à literatura, enquanto a atividade em seus cérebros era monitorada:

  1. Memória de Palavras: Memorizar e depois escrever palavras de poemas.

  2. Classificar Emoções: Agrupar palavras que expressavam emoções semelhantes.

  3. Entender o Contexto: Ler uma situação problemática e propor uma solução.

  4. Relações Interpessoais: Descrever pessoas importantes e o tipo de relação que tinham.

  5. Ouvir, Lembrar, Expressar: Ouvir um audiolivro, responder perguntas sobre ele e criar um título/manchete.

  6. Criatividade em Ação: Criar personagens baseados em suas emoções positivas/negativas e depois usá-los para escrever um pequeno cenário.

Além disso, os participantes responderam questionários sobre depressão, ansiedade, conhecimento humanístico e também uma escala de sintomas de TDAH em adultos (a K-AARS).

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O Cérebro em Ação: Diferentes Tarefas, Diferentes Luzes!

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O estudo mostrou que diferentes atividades literárias “acendiam” diferentes partes do córtex pré-frontal:

  • Memorizar e reconhecer palavras (Tarefa 1) e classificar palavras emocionais (Tarefa 2) ativaram bastante o córtex pré-frontal ventrolateral (VLPFC), uma área ligada à memória de trabalho e ao processamento semântico (entender o significado das palavras). A Tarefa 2 também ativou o córtex orbitofrontal (OFC) esquerdo, importante para processar emoções.

  • Entender o contexto de uma situação (Tarefa 3) “ligou” o córtex pré-frontal dorsolateral (DLPFC), uma área chave para funções executivas de alta ordem, como planejamento e raciocínio.

  • Pensar sobre relações interpessoais (Tarefa 4) e a tarefa mais complexa de ouvir, lembrar, entender e se expressar (Tarefa 5) ativaram tanto o DLPFC quanto o córtex frontopolar (FPC), a parte mais da frente do cérebro, envolvida em pensamentos complexos e metacognição (pensar sobre o próprio pensamento).

  • Atividades criativas (Tarefa 6), como criar personagens e cenários, foram as que mais “espalharam” a ativação, envolvendo o VLPFC, o OFC e o DLPFC direito.

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O TDAH é o principal distúrbio neurobiológico entre as crianças, mas muitos adultos não foram diagnosticados com a condição e muitas pessoas não sabem que o TDAH existe.

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A Surpresa: Conexão com Conhecimento Humanístico e… TDAH!

Aqui vêm os achados mais curiosos:

  • Mais Conhecimento, Mais Ativação (em algumas áreas): Pessoas com maior pontuação em conhecimento humanístico mostraram maior ativação no DLPFC esquerdo durante a tarefa de entender contexto (Tarefa 3) e no DLPFC direito durante a tarefa de ouvir/expressar (Tarefa 5). Isso sugere que ter mais “bagagem” literária e filosófica pode otimizar o uso dessas áreas cerebrais.

  • Sintomas de TDAH e Menor Ativação na Criatividade: Este é o ponto mais interessante para nós! Na Tarefa 6 (atividades criativas), os pesquisadores encontraram uma correlação negativa entre os escores na escala de TDAH e a ativação em duas áreas: o DLPFC direito e o OFC direito.

    • O que isso significa? Que os participantes que tinham mais sintomas sugestivos de TDAH mostraram MENOR ativação nessas regiões cerebrais importantes para planejamento, regulação emocional e controle de impulsos durante uma tarefa que exigia criatividade e processamento emocional.

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Por Que Isso Importa para Quem Tem TDAH?

Essas descobertas nos mostram que a literatura é muito mais do que um passatempo. Ela é uma ferramenta poderosa para “treinar” o nosso cérebro, fortalecendo áreas importantes para a memória, emoção, criatividade e até para lidar com o TDAH.

É um passo valioso para entender como atividades do dia a dia, como ler um livro ou inventar uma história, podem fazer uma diferença na nossa saúde mental e bem-estar.

Embora o estudo não tenha sido feito com pessoas diagnosticadas formalmente com TDAH, essa correlação negativa é uma pista importante. Os autores sugerem que essa menor ativação em quem tem mais traços de TDAH pode estar ligada a dificuldades no controle de impulsos, na regulação emocional e na tomada de decisões criativas durante a tarefa.

Isso não quer dizer que pessoas com TDAH sejam menos criativas! Mas pode indicar que o cérebro delas funciona de uma maneira diferente ao se engajar em certas atividades criativas e de processamento emocional, talvez precisando de mais esforço ou usando outras rotas neurais.

Outro ponto interessante levantado pelos pesquisadores é que entender como o cérebro se ativa com atividades humanísticas pode ajudar a desenvolver novas abordagens para a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), incorporando elementos da literatura e das humanidades para trabalhar funções executivas e regulação emocional.

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Conclusão: Ler, Escrever e Criar São Exercícios Poderosos para o Cérebro!

Este estudo nos dá um vislumbre fascinante de como nosso córtex pré-frontal se “acende” quando nos envolvemos com a literatura. Ele mostra que diferentes habilidades – memorizar, sentir, entender, relacionar, criar – usam diferentes partes dessa região tão importante.

Para quem tem TDAH, a descoberta sobre a menor ativação em certas áreas durante tarefas criativas em quem tem mais sintomas é um lembrete de que o cérebro neurodivergente tem suas particularidades. Isso não é bom nem ruim, é apenas diferente, e entender essas diferenças pode nos ajudar a encontrar as melhores formas de aprender, criar e nos expressar.

Que tal pegar um livro, escrever um pouco ou inventar uma história hoje? Seu cérebro agradece o treino!

Importante: Este estudo foi realizado com um grupo pequeno de homens jovens e saudáveis. Mais pesquisas são necessárias para entender completamente esses efeitos em populações diversas, incluindo pessoas com diagnóstico formal de TDAH.

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Autor: Seungpil Jeong

Fonte: Affiliations 

DOI: 10.30773/pi.2025.0035

Pesquisa Original: Open access
Brain Activation in Response to Literature-Related ActivitiesSeungpil Jeongs et. al Affiliations 

FAQ – Leitura, Cérebro e TDAH

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