Seu Filho é o Mais Novo da Turma? Entenda o Impacto no Diagnóstico de TDAH
Descubra se ser um dos mais novos da turma aumenta a chance de uma criança ser diagnosticada com TDAH. Um grande estudo analisou dados de milhares de crianças e adolescentes, e os resultados são importantes para pais, educadores e profissionais.
Idade Relativa na Escola: O Que É e Por Que Importa?
Imagine duas crianças: João, que nasceu em janeiro, e Maria, que nasceu em dezembro do mesmo ano. Quando entrarem na escola, João terá quase um ano a mais de vida do que Maria, mesmo que ambos estejam na mesma turma. Essa diferença de idade, chamada de “idade relativa”, pode ter um impacto no desenvolvimento e no comportamento da criança, especialmente nos primeiros anos escolares.

Happy kids at elementary school
Mas será que a idade relativa também pode influenciar no diagnóstico de TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade)? Essa é a pergunta que um grupo de pesquisadores internacionais decidiu investigar, e os resultados trazem informações importantes para pais, educadores e profissionais de saúde.
O Estudo: Uma Análise Detalhada de Dados de Milhares de Crianças
Para responder a essa pergunta, os pesquisadores realizaram um estudo enorme, reunindo dados de 57 estudos diferentes, de 15 países, que acompanharam mais de 6500 crianças com TDAH ao longo do tempo. Eles analisaram se as crianças que eram mais novas em relação aos seus colegas de turma (ou seja, com menor idade relativa) tinham mais chances de continuar com o diagnóstico de TDAH ao longo dos anos.
É importante ressaltar que todos os estudos analisados usaram métodos rigorosos para diagnosticar o TDAH, como entrevistas com pais e professores, questionários e avaliações clínicas. Isso garante que os resultados sejam confiáveis e que as crianças realmente preenchiam os critérios para o transtorno.
Os Resultados: A Idade Relativa Não Influencia a Persistência do TDAH
Os resultados do estudo foram claros: a idade relativa não influenciou a persistência do TDAH ao longo do tempo. Ou seja, as crianças que eram mais novas em relação aos seus colegas de turma não tiveram maior ou menor probabilidade de continuar com o diagnóstico de TDAH em comparação com as crianças mais velhas da turma.
Isso significa que a idade relativa, por si só, não é um fator que determine se o TDAH vai “desaparecer” ou persistir com o tempo. Outros fatores, como a gravidade dos sintomas, a presença de outros transtornos (comorbidades), o apoio familiar e o tipo de tratamento, podem ter um impacto maior na evolução do TDAH.
O Que Isso Significa? Desmistificando a Ideia de “Imaturidade”
Essa descoberta é importante porque ajuda a desmistificar a ideia de que o TDAH em crianças mais novas é apenas um sinal de “imaturidade” e que vai desaparecer com o tempo. O estudo mostra que o TDAH é um transtorno real, com bases biológicas e neurológicas, e que não deve ser negligenciado, independentemente da idade da criança.
O estudo NÃO afirma que a idade relativa não tem importância e nem desconsidera o impacto que ela pode ter nas crianças, mas sim que a idade não influencia no diagnóstico e na persistência ou não do transtorno.
É claro que crianças mais novas podem ter mais dificuldade em se adaptar às exigências da escola, em seguir regras e em controlar seus impulsos, simplesmente porque ainda estão em fase de desenvolvimento. Mas isso não significa que elas tenham TDAH. O diagnóstico do TDAH deve ser feito com base em critérios rigorosos, levando em consideração a história da criança, seus sintomas, seu comportamento em diferentes contextos (casa, escola, etc.) e o impacto desses sintomas em sua vida.
O Que Fazer se Meu Filho é um dos Mais Novos da Turma e Tem TDAH?
Se você é pai ou mãe de uma criança com TDAH que é uma das mais novas da turma, aqui estão algumas dicas que podem ajudar:
-
Converse com a escola: Explique a situação para os professores e a equipe pedagógica. Eles podem oferecer apoio extra para a criança, adaptando as atividades e as avaliações, se necessário.
-
Não compare: Evite comparar o seu filho com os colegas mais velhos. Cada criança tem seu próprio ritmo de desenvolvimento, e o importante é respeitar as individualidades do seu filho.
-
Reforce as habilidades: Incentive seu filho a desenvolver suas habilidades e talentos, para que ele se sinta confiante e capaz.
-
Mantenha o tratamento: Siga as orientações do médico e da equipe terapêutica, e não interrompa o tratamento sem orientação profissional.
-
Seja paciente: O TDAH é um transtorno que exige paciência, compreensão e apoio. Lembre-se de que seu filho está se esforçando para lidar com os desafios do transtorno, e que ele precisa do seu amor e do seu incentivo.
Outros Estudos, Outras Descobertas: A Complexidade do TDAH
É importante mencionar que este estudo não é o único a investigar a relação entre a idade relativa e o TDAH. Outras pesquisas já haviam demonstrado que crianças mais novas em relação aos seus colegas de turma têm maior probabilidade de serem diagnosticadas com TDAH. Isso pode acontecer porque os sintomas do TDAH, como a desatenção e a impulsividade, podem ser mais evidentes em crianças mais novas, que ainda estão desenvolvendo suas habilidades de autorregulação e controle inibitório.
No entanto, o estudo que analisamos aqui focou em outro aspecto: a persistência do TDAH ao longo do tempo. E os resultados mostraram que a idade relativa não influencia se o TDAH vai “desaparecer” ou continuar presente na vida da criança.
Para entender melhor como a impulsividade pode afetar as pessoas, sugerimos que confira o nosso artigo Impulsividade em Movimento: Desvendando Como o TDAH Afeta Suas Decisões, Corpo e Habilidades
Conclusão: O TDAH Não Tem Idade, Mas o Cuidado e a Atenção Sim
O estudo sobre a relação entre idade relativa e TDAH nos mostra que o transtorno é complexo e que não podemos tirar conclusões precipitadas com base apenas na idade da criança. O TDAH pode afetar pessoas de todas as idades, e o diagnóstico e o tratamento devem ser individualizados, levando em consideração as particularidades de cada caso.
Se você tem dúvidas sobre o TDAH, procure um profissional de saúde qualificado. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem fazer uma grande diferença na vida da criança, do adolescente e do adulto com TDAH.
Palavras-chave: TDAH, idade relativa, diagnóstico de TDAH, persistência do TDAH, crianças, adolescentes, escola, sintomas de TDAH, desatenção, hiperatividade, impulsividade..
Referências
Saiba mais
Pesquisa Original : Acesso aberto
“Association between relative age at school and persistence of ADHD in prospective studies: an individual participant data meta-analysis“ Synergy for the Influence of the Month of Birth in ADHD (SIMBA) study group. The Lancet Psychiatry
Quer conhecer mais sobre o mundo do TDAH, conheça o livro TDAH 2.0 adquira no link abaixo.
Saiba mais
Capa
Prepare-se para:
- Aceitar suas tendências únicas: Descubra como aproveitar os benefícios que o seu cérebro oferece, em vez de lutar contra ele!
- Encontrar o seu desafio ideal: Testes práticos para descobrir as atividades que te farão brilhar!
- Dominar a procrastinação: Descubra o poder do exercício físico e da meditação para turbinar seu foco e relaxamento.
- Fortalecer suas conexões: Aprenda como os laços afetivos podem aumentar sua autoestima e te ajudar a superar o estigma.
TDAH 2.0 é um guia inspirador e prático para minimizar os traços negativos e desbloquear o seu potencial máximo, em qualquer fase da vida.
Se o TDAH será uma vantagem ou uma maldição, a escolha é sua! ✨
Descubra como transformar o seu TDAH em superpoder com TDAH 2.0!


Sou Jeferson Magno Amorim Manini, graduando em Psicologia e apaixonado por neurociência, pesquisa e conhecimento. Minha jornada acadêmica e profissional me levou a explorar profundamente o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), não apenas como um tema de estudo, mas como uma realidade que impacta milhões de pessoas.
Foi dessa paixão que nasceu o TDAH.World, um espaço criado para informar, apoiar e conectar pessoas com TDAH. Meu objetivo é traduzir informações complexas em conteúdos acessíveis, sem perder a profundidade científica, para que mais pessoas possam entender e lidar melhor com os desafios – e também as potencialidades – do TDAH.
Acredito que conhecimento bem aplicado pode transformar vidas, e é isso que me motiva a continuar estudando, escrevendo e compartilhando insights sobre neurociência, saúde mental e desempenho cognitivo. Se você chegou até aqui, espero que encontre neste espaço algo que faça sentido para você!