
O Efeito das Telas no TDAH: O Que Pais Precisam Saber
Descubra a relação complexa entre o TDAH e o uso de telas (celulares, tablets, computadores, videogames). Será que as telas pioram os sintomas do TDAH? Ou será que o TDAH leva a um uso excessivo de telas? Entenda os riscos e o que fazer.
TDAH e o Mundo Digital: Uma Conexão Cada Vez Mais Presente
Vivemos em um mundo cada vez mais digital. Crianças e adolescentes crescem cercados por telas: celulares, tablets, computadores, videogames, televisão… E para quem tem TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade), essa realidade pode trazer desafios extras.

Boys using a new smartphone
Mas qual é, afinal, a relação entre o TDAH e o uso de telas? Será que as telas causam o TDAH? Será que elas pioram os sintomas? Ou será que pessoas com TDAH são mais atraídas pelas telas? A ciência ainda está buscando respostas definitivas para essas perguntas, mas um artigo de revisão recente, publicado na revista Contribuciones a Las Ciencias Sociales, nos ajuda a entender melhor essa complexa relação.
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O Que Dizem os Estudos? Uma Análise Detalhada
Os autores do artigo analisaram a fundo as pesquisas que investigam a ligação entre o TDAH e o uso de telas. Eles buscaram entender:
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Como o TDAH se manifesta em relação ao uso de telas: Será que crianças e adolescentes com TDAH usam mais telas do que seus pares sem o transtorno? Quais os tipos de tela e atividades mais comuns?
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Quais os impactos do uso de telas no TDAH: Será que o uso excessivo de telas pode piorar os sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade? Quais os riscos para o desenvolvimento e bem-estar de quem tem TDAH?
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Quais as estratégias para lidar com essa relação: O que pais, educadores e profissionais de saúde podem fazer para ajudar crianças e adolescentes com TDAH a usar as telas de forma mais saudável e equilibrada?
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O TDAH e o Uso de Telas: Um Ciclo Vicioso?
Os estudos analisados revelam um cenário preocupante:
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Maior tempo de tela: Crianças e adolescentes com TDAH tendem a passar mais tempo em frente às telas do que seus pares sem o transtorno. Um estudo com adolescentes na Holanda descobriu que aqueles com TDAH passavam significativamente mais tempo usando redes sociais e jogando videogames.
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Maior risco de uso problemático: O uso excessivo de telas, especialmente de videogames e redes sociais, pode levar a comportamentos compulsivos e a um uso problemático da internet, também chamado de “vício em internet” ou “vício em telas”. Esse problema afeta a capacidade de controlar o tempo gasto online, causa sofrimento e interfere em outras áreas da vida.
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Piora dos sintomas do TDAH: O uso excessivo de telas, por sua vez, pode piorar os sintomas do TDAH. A hiperestimulação causada pelas telas pode aumentar a dificuldade de concentração, a impulsividade e a agitação. Além disso, o tempo gasto em frente às telas muitas vezes substitui atividades importantes, como o sono, o exercício físico e a interação social, que são fundamentais para o bem-estar de quem tem TDAH.
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Impacto nas emoções: Foi visto também maiores problemas na regulação das emoções e até na forma de expressá-las.
É como se formasse um ciclo vicioso: o TDAH leva a um maior uso de telas, e o uso excessivo de telas piora os sintomas do TDAH.
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Por Que Isso Acontece? As Explicações Por Trás da Relação
Mas por que as crianças e adolescentes com TDAH são mais propensos a usar telas em excesso? E por que as telas podem piorar os sintomas do transtorno? Os pesquisadores levantam algumas hipóteses:
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Busca por estimulação: A mente TDAH busca constantemente por estímulos e novidades. As telas, com seus jogos, vídeos, redes sociais e notificações, oferecem uma fonte inesgotável de estímulos, o que pode ser muito atraente para quem tem TDAH.
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Dificuldade de autocontrole: A impulsividade, uma das características do TDAH, torna difícil resistir à tentação de usar as telas, mesmo quando a pessoa sabe que deveria estar fazendo outra coisa.
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Recompensas imediatas: Os jogos e as redes sociais são projetados para oferecer recompensas imediatas, como curtidas, comentários, novos níveis e desafios. Essas recompensas ativam o sistema de recompensa do cérebro, liberando dopamina, um neurotransmissor associado ao prazer e à motivação. Isso pode tornar o uso de telas ainda mais viciante para quem tem TDAH.
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Fuga da realidade: As telas podem ser uma forma de escapar dos desafios do TDAH, como a dificuldade de concentração, a frustração com as tarefas escolares e os problemas de relacionamento. Ao se envolverem com o mundo virtual, as crianças e adolescentes com TDAH podem se sentir mais no controle, mais competentes e mais aceitos.
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Falta de alternativas: Em alguns casos, o uso excessivo de telas pode ser resultado da falta de alternativas de lazer e de interação social. Se a criança não tem outras atividades que a interessem ou se tem dificuldade em fazer amigos, ela pode acabar passando mais tempo em frente às telas.
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O Que os Pais Podem Fazer? Estratégias para Lidar com o Uso de Telas no TDAH
Diante desse cenário, o que os pais podem fazer para ajudar seus filhos com TDAH a ter uma relação mais saudável com as telas? Aqui estão algumas dicas:
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Estabeleça limites claros: Defina horários e tempo máximo para o uso de telas, de acordo com a idade e as necessidades da criança. É importante que esses limites sejam claros, consistentes e que sejam cumpridos.
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Ofereça alternativas: Incentive a criança a praticar outras atividades que lhe interessem, como esportes, artes, música, leitura ou brincadeiras ao ar livre. Quanto mais opções a criança tiver, menor será a tentação de passar o tempo todo em frente às telas.
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Crie um ambiente livre de distrações: Na hora de estudar ou de fazer as tarefas de casa, desligue a TV, o celular e outros aparelhos eletrônicos que possam distrair a criança. Crie um ambiente tranquilo e organizado, onde ela possa se concentrar.
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Seja um exemplo: As crianças aprendem muito observando o comportamento dos pais. Se você passa muito tempo em frente às telas, é provável que seu filho siga o seu exemplo. Procure reduzir o seu próprio tempo de tela e dar um bom exemplo para o seu filho.
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Converse com seu filho: Explique para a criança, de forma clara e compreensível, os riscos do uso excessivo de telas e a importância de ter um equilíbrio entre o mundo virtual e o mundo real.
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Não use as telas como “babá eletrônica”: Evite usar as telas como uma forma de “acalmar” ou “distrair” a criança em momentos de tédio ou de birra. Isso pode reforçar o uso excessivo de telas e dificultar o desenvolvimento de outras habilidades importantes, como a capacidade de lidar com as emoções e de se entreter sozinho.
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Busque ajuda profissional: Se você está preocupado com o uso de telas do seu filho, procure ajuda profissional. Um psicólogo ou terapeuta especializado em TDAH pode te ajudar a desenvolver estratégias para lidar com essa questão e a promover um uso mais saudável da tecnologia.

Uma família praticando atividades ao ar livre, como andar de bicicleta, jogar bola ou fazer um piquenique.
Além das Telas: Outras Abordagens para o TDAH
É importante lembrar que o tratamento do TDAH não se resume ao controle do tempo de tela. É fundamental que a criança ou adolescente receba um acompanhamento multidisciplinar, que pode incluir:
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Medicação: Em muitos casos, a medicação pode ser uma ferramenta importante para controlar os sintomas do TDAH e melhorar a qualidade de vida da pessoa.
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Terapia: A terapia cognitivo-comportamental (TCC) e outras abordagens terapêuticas podem ajudar a criança ou adolescente a desenvolver habilidades para lidar com os desafios do TDAH, como a organização, o planejamento, o controle dos impulsos e a regulação emocional.
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Acompanhamento escolar: É fundamental que a escola esteja ciente do diagnóstico de TDAH e que ofereça o apoio necessário para que a criança ou adolescente possa ter sucesso na aprendizagem.
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Orientação familiar: Os pais também precisam de orientação e apoio para lidar com os desafios do TDAH e para criar um ambiente familiar que promova o desenvolvimento saudável da criança.
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Conclusão: Construindo um Futuro Mais Saudável e Equilibrado
O estudo sobre a relação entre TDAH e uso de telas nos mostra que a tecnologia pode ser tanto uma aliada quanto um desafio para as pessoas com esse transtorno. É fundamental que pais, educadores e profissionais de saúde estejam atentos a essa questão, buscando estratégias para promover um uso saudável e equilibrado das telas e para oferecer o apoio necessário para que as crianças e adolescentes com TDAH possam desenvolver todo o seu potencial.
Ao compreendermos melhor a relação entre TDAH e tecnologia, podemos construir um futuro com mais saúde, bem-estar e qualidade de vida para todos.
Palavras-chave: TDAH, telas, uso de telas, tecnologia, crianças, adolescentes, vício em internet, jogos eletrônicos, redes sociais, saúde mental, tratamento TDAH, desatenção, hiperatividade, impulsividade, hábitos saudáveis.
Referências
Saiba mais
Autor: Soraya Sarmento de Melo
Fonte: Revista Contribuciones a Las Ciencias Sociales
Pesquisa Original : Acesso aberto
“Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e uso de telas: qual a relação?“ Soraya Sarmento de Melo et al. Revista Contribuciones a Las Ciencias Sociales
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Sou Jeferson Magno Amorim Manini, graduando em Psicologia e apaixonado por neurociência, pesquisa e conhecimento. Minha jornada acadêmica e profissional me levou a explorar profundamente o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), não apenas como um tema de estudo, mas como uma realidade que impacta milhões de pessoas.
Foi dessa paixão que nasceu o TDAH.World, um espaço criado para informar, apoiar e conectar pessoas com TDAH. Meu objetivo é traduzir informações complexas em conteúdos acessíveis, sem perder a profundidade científica, para que mais pessoas possam entender e lidar melhor com os desafios – e também as potencialidades – do TDAH.
Acredito que conhecimento bem aplicado pode transformar vidas, e é isso que me motiva a continuar estudando, escrevendo e compartilhando insights sobre neurociência, saúde mental e desempenho cognitivo. Se você chegou até aqui, espero que encontre neste espaço algo que faça sentido para você!