
TDAH e Expectativa de Vida: O Impacto do Tratamento na Longevidade
Um estudo recente revelou que adultos com TDAH podem ter uma expectativa de vida menor do que a população em geral. Descubra como o tratamento adequado pode fazer a diferença e qual o papel dos medicamentos na redução da mortalidade.
TDAH e a Expectativa de Vida: Desvendando um Desafio Oculto

O TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta a vida de milhões de pessoas em todo o mundo. Embora os sintomas das pessoas com o Transtorno sejam frequentemente associados à infância e à adolescência, a verdade é que muitas pessoas continuam a lidar com os desafios do transtorno ao longo de suas vidas adultas.
Além das dificuldades com atenção, impulsividade e hiperatividade, pesquisas recentes têm demonstrado que pessoas com o Déficit de Atenção e Hiperatividade podem ter uma expectativa de vida menor do que a população em geral. Essa revelação nos leva a refletir sobre a importância do tratamento adequado e do cuidado integral com a saúde dessas pessoas. Um estudo publicado no “The British Journal of Psychiatry” trouxe dados importantes sobre a relação entre o Déficit de Atenção e Hiperatividade e expectativa de vida, e que discutiremos neste artigo.
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A Pesquisa: O Que os Números Revelam

Para desvendar a relação entre o Déficit de Atenção e Hiperatividade e expectativa de vida, os pesquisadores analisaram dados de saúde de mais de 30 mil adultos neurodivergentes no Reino Unido, comparando-os com um grupo de controle, composto por mais de 300 mil pessoas sem o transtorno.
Os resultados mostraram que os participantes com o Déficit de Atenção e Hiperatividade apresentavam uma expectativa de vida de 6,78 anos a menos para homens e 8,64 anos a menos para mulheres, em relação ao grupo de comparação. Esse achado é bastante preocupante e ressalta a necessidade de atenção redobrada à saúde das pessoas neurodivergentes.
O Que Causa a Redução na Expectativa de Vida?
O estudo não investigou diretamente as causas da redução na expectativa de vida, mas levantou algumas hipóteses:
- Comorbidades: Pessoas com o Déficit de Atenção e Hiperatividade têm uma maior probabilidade de desenvolver outras condições de saúde mental e física, como depressão, ansiedade, transtornos por uso de substâncias, doenças cardiovasculares e diabetes. Essas comorbidades podem aumentar o risco de morte prematura.
- Estilo de vida: Pessoas com TDAH podem ter mais dificuldade em manter hábitos saudáveis, como seguir uma dieta equilibrada, praticar atividade física regularmente e evitar o tabagismo, o que pode aumentar o risco de desenvolver doenças crônicas.
- Dificuldades de tratamento: Pessoas com TDAH podem ter dificuldade em acessar e manter um tratamento adequado, o que pode agravar os sintomas do transtorno e suas comorbidades.
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O Papel dos Medicamentos para TDAH: Uma Luz no Fim do Túnel

Embora a pesquisa não tenha focado diretamente no impacto dos medicamentos para TDAH na expectativa de vida, ela revelou que o tratamento medicamentoso pode desempenhar um papel importante na redução da mortalidade.
Ao analisar os dados, os pesquisadores descobriram que adultos com TDAH que iniciaram o tratamento com medicamentos tiveram uma taxa de mortalidade significativamente menor do que aqueles que não iniciaram o tratamento. Isso sugere que os medicamentos para TDAH, quando prescritos e utilizados de forma adequada e com acompanhamento médico, podem ser uma ferramenta importante para melhorar a saúde e a longevidade das pessoas com TDAH.
O que Podemos Fazer? O Caminho para uma Vida Mais Longa e Plena

Diante dos resultados da pesquisa, é fundamental que tomemos algumas atitudes:
- Incentivar o diagnóstico precoce: O diagnóstico precoce do TDAH permite que as pessoas com o transtorno tenham acesso a tratamentos adequados e possam construir um futuro mais saudável e promissor.
- Garantir o acesso ao tratamento: É preciso que o sistema de saúde ofereça acesso facilitado a medicamentos, psicoterapia e outras abordagens terapêuticas eficazes para o TDAH.
- Promover hábitos saudáveis: É importante que as pessoas com TDAH sejam incentivadas a praticar atividades físicas regularmente, a se alimentar de forma equilibrada e a evitar o tabagismo e o uso excessivo de álcool e drogas.
- Apoiar a pesquisa científica: É preciso investir em mais pesquisas que nos ajudem a compreender melhor o TDAH e a encontrar abordagens terapêuticas cada vez mais eficazes.
- Combater o preconceito e o estigma: É preciso desmistificar o TDAH, combater o preconceito e o estigma associados ao transtorno, para que mais pessoas busquem ajuda e tenham uma vida mais plena e feliz.
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Construindo um Futuro de Esperança e Longevidade
O estudo apresentado nos oferece uma nova perspectiva sobre o TDAH, demonstrando que o tratamento adequado pode ter um impacto significativo não apenas na redução dos sintomas, mas também no aumento da expectativa de vida.
Lembre-se, o TDAH é um transtorno complexo, mas não é uma sentença. Com informação, apoio e tratamento adequado, você pode construir uma vida plena, saudável e longa.
Informações sobre a pesquisa
Autor: Elizabeth O’Nions
Fonte: The British Journal of Psychiatry
Contato: Elizabeth O’Nions
Pesquisa Original : Acesso aberto
“Life expectancy and years of life lost for adults with diagnosed ADHD in the UK: matched cohort study“ Elizabeth O’Nions et al. The British Journal of Psychiatry

Sou Jeferson Magno Amorim Manini, graduando em Psicologia e apaixonado por neurociência, pesquisa e conhecimento. Minha jornada acadêmica e profissional me levou a explorar profundamente o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), não apenas como um tema de estudo, mas como uma realidade que impacta milhões de pessoas.
Foi dessa paixão que nasceu o TDAH.World, um espaço criado para informar, apoiar e conectar pessoas com TDAH. Meu objetivo é traduzir informações complexas em conteúdos acessíveis, sem perder a profundidade científica, para que mais pessoas possam entender e lidar melhor com os desafios – e também as potencialidades – do TDAH.
Acredito que conhecimento bem aplicado pode transformar vidas, e é isso que me motiva a continuar estudando, escrevendo e compartilhando insights sobre neurociência, saúde mental e desempenho cognitivo. Se você chegou até aqui, espero que encontre neste espaço algo que faça sentido para você!