TDAH e a Percepção do Tempo: Como a Estimulação Cerebral Pode Ajudar

TDAH e a Percepção do Tempo: Como a Estimulação Cerebral Pode Ajudar

Descubra como a estimulação cerebral pode melhorar a percepção de tempo em crianças com TDAH, segundo um estudo recente. Saiba mais!

Estimulação Cerebral Pode Ajudar Crianças com TDAH a Perceber o Tempo?

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Você já reparou como o tempo parece passar diferente para algumas crianças com TDAH? Às vezes, cinco minutos parecem uma eternidade, ou uma hora voa sem que elas percebam. Isso não é só impressão: o cérebro delas realmente lida com o tempo de um jeito único. Um estudo publicado em 2024 na  Scientific Reports testou uma técnica chamada estimulação transcraniana por corrente contínua (tDCS) em 26 crianças com TDAH e descobriu que ela pode ajudar a ajustar essa percepção. Vamos conversar sobre isso de um jeito simples, como se eu estivesse te explicando tomando um café.

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Por que o tempo é um desafio para quem tem TDAH?

Crianças com TDAH muitas vezes têm dificuldade para “sentir” o tempo. Isso pode significar achar que algo demorou muito mais do que realmente foi ou não conseguir planejar o dia porque o futuro parece nebuloso. No estudo, os pesquisadores explicam que isso acontece por causa de áreas do cérebro, como o córtex pré-frontal ventromedial (vmPFC) e o córtex pré-frontal dorsolateral (dIPFC), que não funcionam do jeito esperado. Essas partes ajudam a controlar atenção, impulsos e, claro, a percepção de tempo.

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Pensa assim: é como se o relógio interno dessas crianças corresse mais rápido ou mais devagar dependendo do momento. Isso atrapalha coisas simples, como esperar a vez na brincadeira ou terminar uma tarefa no prazo. O estudo mostrou que elas têm problemas em três áreas principais:

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  • Discriminar o tempo: Comparar quanto tempo duas coisas duram.
  • Estimar o tempo: Adivinhar quanto tempo algo levou.
  • Reproduzir o tempo: Repetir uma duração que acabaram de ver ou ouvir.

O que é essa tal de estimulação cerebral?

A TDCS, ou estimulação transcraniana por corrente contínua, é uma técnica que usa uma corrente elétrica bem fraquinha para “acordar” ou “acalmar” partes específicas do cérebro. Não é nada invasivo – parece mais um aparelho com eletrodos colocados na cabeça, como um boné esquisito. No estudo, os pesquisadores testaram isso em crianças com TDAH entre 6 e 12 anos, em cinco sessões separadas por uma semana.

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Eles focaram em duas áreas do cérebro: o lado esquerdo do dIPFC (que ajuda a organizar e focar) e o lado direito do vmPFC (que lida com emoções e recompensas). Usaram diferentes combinações de estimulação, como ligar uma área enquanto desligavam a outra, ou estimular só uma delas, além de uma sessão “falsa” (sham) pra comparar.

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O que aconteceu no estudo?

Os resultados foram animadores! Nas tarefas de discriminação de tempo – tipo decidir qual som ou imagem durou mais – as crianças melhoraram em todas as sessões com estimulação real, comparado à sessão falsa. Não importou muito qual combinação de eletrodos usaram; o simples fato de estimular essas áreas já fez diferença.

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Já nas tarefas de estimar e reproduzir o tempo, o cenário mudou um pouco. Nessa parte, as crianças viam uma lâmpada acender por um tempo (curto como 3 segundos ou longo como 24 segundos) e depois tinham que dizer quanto tempo achavam que tinha passado e tentar repetir essa duração apertando um botão. Aqui, a estimulação do vmPFC (sozinha ou junto com o dIPFC desligado) e do dIPFC sozinho melhorou a reprodução do tempo, mas não a estimativa. Ou seja, elas conseguiram repetir o tempo direitinho, mas ainda tinham dificuldade pra “adivinhar” quanto tinha sido.

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O que isso significa na prática?

Imagine uma criança que nunca sabe quanto tempo vai levar pra terminar o dever de casa ou que fica impaciente esperando o recreio. Melhorar a percepção de tempo pode ajudar em coisas do dia a dia, como:

  • Menos impulsividade: Se o tempo não parecer tão “esticado”, elas podem esperar mais antes de agir sem pensar.
  • Melhor planejamento: Entender o tempo ajuda a organizar tarefas e imaginar o futuro.
  • Atenção mais firme: Se o relógio interno fica mais ajustado, manter o foco por mais tempo pode ser menos cansativo.

Eu mesma já vi isso com um sobrinho que tem TDAH. Ele vivia dizendo “já acabou?” depois de dois minutos de qualquer coisa. Se o cérebro dele pudesse “acertar o passo” com o tempo real, talvez ele se frustrasse menos.

É seguro? E funciona mesmo?

O estudo foi feito com cuidado, em um ambiente controlado no Irã, e os pais assinaram um termo concordando com tudo. A tDCS é considerada segura quando usada por profissionais, mas ainda está em fase de pesquisa – não é algo que você vai encontrar em qualquer consultório por aí. Os cientistas também avisam que os efeitos podem variar de criança pra criança e que o estudo foi pequeno, com só 26 participantes. Então, é um primeiro passo promissor, mas precisa de mais testes.

E agora, o que fazer?

Por enquanto, a tDCS não está na sua casa ou na escola do seu filho, mas esse estudo abre portas. Se você tem uma criança com TDAH que vive “perdida no tempo”, vale conversar com um médico ou psicólogo sobre estratégias. Enquanto a ciência avança, coisas simples como usar timers, dividir tarefas em pedaços pequenos ou brincar com jogos que envolvam esperar a vez já ajudam a treinar essa percepção.

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Um recado final

O tempo pode ser um amigo ou um inimigo pra quem tem TDAH, mas estudos como esse mostram que dá pra ajustar esse relógio interno. Não é mágica, mas é esperança. Seja pra ajudar nas tarefas ou pra trazer mais calma pro dia a dia, entender como o cérebro funciona é o primeiro passo pra fazer a vida fluir melhor.

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FAQ – Estimulação Cerebral e TDAH

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