
TDAH na Vida Adulta: Um Sinal de Alerta para o Risco de Demência?
Descubra os fatores que podem aumentar o risco de pensamentos suicidas e comportamentos autolesivos em pessoas com TDAH. Um estudo revela insights importantes sobre como proteger e apoiar seus entes queridos, e como a psicoeducação pode ser uma ferramenta indispensável.
O TDAH e a Expectativa de Vida: Desvendando um Desafio Oculto
Você sabia que o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) não afeta apenas crianças? Um estudo publicado no JAMA Network Open mostrou que adultos com o Transtorno têm um risco significativamente maior de desenvolver demência. O Déficit de Atenção e Hiperatividadeé uma condição que dificulta a concentração, causa impulsividade e, em alguns casos, muita agitação. Frequentemente, pensamos que o Déficit de Atenção e Hiperatividadeafeta apenas crianças, mas a verdade é que muitos adultos também convivem com o transtorno. Vamos explorar os principais pontos dessa pesquisa e o que isso significa para a saúde mental ao longo da vida.
Está notícia recente chamou a atenção de especialistas e famílias: adultos com Transtorno podem ter uma expectativa de vida menor do que pessoas que não têm o transtorno. Essa descoberta nos faz pensar sobre a importância de cuidar da saúde do cérebro e buscar tratamentos adequados para o de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Por isso, vamos falar sobre um estudo que investigou essa questão e entender o que podemos fazer para proteger nosso cérebro ao longo da vida.
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3D Render of a Human Brain
Um Estudo Revelador: Investigando a Saúde do Cérebro com TDAH
Cientistas decidiram investigar se o Transtorno em adultos poderia estar ligado a um risco maior de demência, uma doença que afeta a memória e outras funções importantes do cérebro. Eles analisaram os dados de mais de 109 mil pessoas em Israel, com idades entre 51 e 70 anos. Todos os participantes faziam parte de uma organização de saúde e foram acompanhados por cerca de 17 anos.
Durante esse período, os pesquisadores observaram quem desenvolveu demência e se havia alguma ligação com o TDAH. E o que eles encontraram? Os resultados mostraram que adultos com Transtorno têm quase três vezes mais chances de desenvolver demência em comparação com aqueles sem o transtorno. Essa descoberta é importante, pois nos mostra que o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade pode ter um impacto maior na saúde do cérebro do que imaginávamos. Especificamente:
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13,2% dos adultos com TDAH foram diagnosticados com demência.
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7,0% dos adultos sem TDAH desenvolveram demência.
Essa associação permaneceu significativa mesmo após ajustes para fatores como idade, sexo, condições de saúde e uso de medicamentos.
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Por Que Isso Acontece?
O Transtorno pode estar ligado a uma redução na capacidade do cérebro de compensar os efeitos de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. Além disso, o Déficit de Atenção e Hiperatividadena vida adulta pode refletir um processo biológico que aumenta a vulnerabilidade a problemas cognitivos no futuro.
Outro ponto interessante é que o uso de medicamentos psicoestimulantes (comuns no tratamento do TDAH) não mostrou um aumento claro no risco de demência. Isso sugere que o tratamento adequado pode ajudar a mitigar parte desse risco, mas mais pesquisas são necessárias para confirmar essa hipótese.
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Por Que o TDAH Pode Aumentar o Risco de Demência? Desvendando as Conexões
Para entender por que o TDAH pode aumentar o risco de demência, precisamos analisar alguns fatores que podem estar envolvidos:
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Comorbidades: Muitas pessoas com TDAH também enfrentam outros problemas de saúde, como depressão, ansiedade, doenças cardiovasculares e obesidade. Esses problemas, chamados de comorbidades, podem aumentar o risco de demência.
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Estilo de vida: O TDAH pode dificultar a adoção de hábitos saudáveis, como exercícios regulares, alimentação equilibrada e sono adequado. Esses hábitos são importantes para proteger o cérebro e prevenir a demência.
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Reserva cognitiva: Algumas pesquisas sugerem que o TDAH pode reduzir a “reserva cognitiva” do cérebro, ou seja, a capacidade do cérebro de resistir a danos e doenças. Uma boa reserva cognitiva pode ajudar a retardar o aparecimento da demência.
Ainda não sabemos ao certo como todos esses fatores se encaixam, mas a pesquisa está nos dando pistas valiosas.
Limitações do Estudo
Embora os resultados sejam robustos, o estudo tem algumas limitações:
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Não foi possível avaliar o TDAH na infância, já que o foco foi no diagnóstico na fase adulta.
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A demência pode ter sido subdiagnosticada, mas isso provavelmente não afetou as conclusões gerais.
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Faltaram dados sobre fatores como baixo desempenho acadêmico ao longo da vida, que podem influenciar o risco de demência.
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Há Esperança! Tratamentos e Hábitos Para um Cérebro Mais Forte
Embora o estudo mostre um risco aumentado de demência em pessoas com TDAH, isso não significa que o futuro esteja traçado. Há muitas coisas que podemos fazer para proteger nosso cérebro e reduzir esse risco:
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Mantenha sua mente ativa: Desafie seu cérebro com atividades como leitura, jogos de estratégia, palavras cruzadas e aprendizado contínuo. Aprender coisas novas, por exemplo, ajuda a manter o cérebro ativo.
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Adote um estilo de vida saudável: Priorize uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras. Durma bem e faça exercícios regularmente, pois assim, seu corpo e seu cérebro funcionam em melhor estado. Evite o cigarro e o excesso de alcool.
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Cuide da sua saúde mental: Busque ajuda para lidar com o estresse, a ansiedade e outros transtornos que podem coexistir com o TDAH. A saúde mental e física andam juntas!
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Consulte um especialista: Um profissional de saúde pode criar uma estratégia para você. Não hesite em procurar ajuda!
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Medicamento: O estudo observa que não houve aumento no risco de demência nos indivíduos com TDAH que usaram medicamentos para o transtorno. Esse achado sugere que o tratamento medicamentoso pode proteger o cérebro a longo prazo. No entanto, as pesquisas precisam ser continuadas.
Ao adotarmos essas medidas, podemos fortalecer a resiliência do nosso cérebro e reduzir o risco de demência, mesmo com TDAH.
Reflexões Finais: A Autonomia do Paciente e o Acesso à Informação
É importante ressaltar que cada pessoa com TDAH é única, e as decisões sobre tratamento e estilo de vida devem ser tomadas em conjunto com um profissional de saúde, levando em consideração as necessidades e particularidades de cada indivíduo. É fundamental que as pessoas com TDAH se sintam capacitadas para tomar decisões informadas sobre sua saúde e para buscar o apoio necessário para construir um futuro com mais qualidade de vida e bem-estar. O TDAH é uma peça na sua história, mas a informação, autoconhecimento e o apoio profissional são seus maiores aliados para uma vida plena.
Referência
Levine, S. Z., Rotstein, A., Kodesh, A., et al. (2023). Adult Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder and the Risk of Dementia. JAMA Network Open, 6(10), e2338088. doi:10.1001/jamanetworkopen.2023.38088

Sou Jeferson Magno Amorim Manini, graduando em Psicologia e apaixonado por neurociência, pesquisa e conhecimento. Minha jornada acadêmica e profissional me levou a explorar profundamente o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), não apenas como um tema de estudo, mas como uma realidade que impacta milhões de pessoas.
Foi dessa paixão que nasceu o TDAH.World, um espaço criado para informar, apoiar e conectar pessoas com TDAH. Meu objetivo é traduzir informações complexas em conteúdos acessíveis, sem perder a profundidade científica, para que mais pessoas possam entender e lidar melhor com os desafios – e também as potencialidades – do TDAH.
Acredito que conhecimento bem aplicado pode transformar vidas, e é isso que me motiva a continuar estudando, escrevendo e compartilhando insights sobre neurociência, saúde mental e desempenho cognitivo. Se você chegou até aqui, espero que encontre neste espaço algo que faça sentido para você!